"Life Contains but two tragedies.. One is not get your heart´s desire; the other is to get it.."

Sócrates

quinta-feira, 16 de abril de 2015

E de repente tudo passa por nascimentos...

Sempre vivi no meio de crianças. A minha mãe sempre foi educadora, a família é enorme, e sempre existiram miúdos à volta.
Depois passamos por aquela fase em que começamos a ser adolescentes, vamos para a faculdade, e por aí deixam de haver tantos bebés...
Mas começamos a perceber que estamos a ir para velhos quando os nossos amigos de infância, os primos, os vizinhos da mesma idade começam a ter filhos.
Estou naquela fase em que vou a mais baptizados do que a jantares de amigos.
Mentiria se dissesse que não me custa ver os bebés alheios, sabendo que o "meu" é uma espécie de utopia. Mentiria também se não dissesse que cada anúncio de nascimento é maravilhoso para o meu coração, e que no fundo me reconforta a esperança...
E assim 2015 será o ano dos nascimentos dos bebés da minha vida. <3

terça-feira, 14 de abril de 2015

De hoje a sete meses...





Passei a manhã a ouvir uma senhora queixar-se do sociopata do ex-marido. Que em vinte anos nunca se apercebeu que ele era assim, ou assado. Que ele fez, faz e fará trinta por uma linha... Perguntei-me em silêncio inúmeras vezes se isto é mesmo assim. Não conhecemos realmente as pessoas, e um dia abrimos os olhos; ou aquilo sempre esteve à nossa frente e nós é que não quisemos ver?

Eu tendo claramente para a segunda. Há sinais, há factos concretos que nos dizem: ele é preguiçoso, ele é violento, ele é manipulador, ele é desinteressado... Claro que há. Ele ou ela.

No entanto o amor vai nos cegando os sentidos, e não vemos para além do que queremos ver. No fim ele ou ela é que eram estes e aqueles.

Mas um divórcio, ou uma separação resultam sempre de duas pessoas. E para mim as duas têm culpa. Um porque fez, o outro porque deixou fazer.



No fim daquela reunião percebi que de hoje a sete meses estarei casada com a pessoa a quem mais escondi - para não o magoar - e a quem mais me entreguei para me proteger. A pessoa que me conhece melhor do que eu mesma. E o mesmo resulta no sentido inverso. Não o conheço a 100%, porque há partes de nós próprios que nunca iremos conhecer, mas sei que fiz a minha melhor escolha. Disso não tenho dúvidas. De hoje a sete meses serei orgulhosamente casada com o meu melhor amigo.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

À minha estrelinha...


Fez três meses que ela decidiu partir. Sem avisar, sem se despedir, sem contar. No último dia do ano, dia em que a nossa ilha se enche de luz, cor e música, ela decidiu que um ataque cardíaco fulminante era a melhor forma para partir.
Passaram três meses e não há um único dia em que não me apeteça ligar-te e dizer-te o quanto me fazes falta.
A minha avó tinha o cheiro mais reconfortante do mundo. Cheirava a mel e estrelicias... Tinha a gargalhada quente de um amor maduro. Tinha a voz meiga de quem teve 10 filhos e tanto colo deu.
A minha avó nao era melhor que ninguém, mas era a melhor para mim. 
Dizia-me tantas e todas as vezes ao telefone: "a avó ama-te meu amor"... E eu sabia que era verdade, que era sentido. Ela amava-me, sofria por mim, alegrava-se por mim, e amava-me como ama uma mãe. 
Aceitar a perda de uma pessoa tão maravilhosa é talvez das fases mais duras de sempre na vida humana.
Mas eu sei que no céu tenho a melhor estrelinha a olhar por mim...