Coisas mediáticas ou semelhantes processuais...

Este post hoje refere-se ao caso mais mediático de sempre do nosso pais: Processo Casa Pia.

O Processo Casa Pia ou Caso Casa Pia, por vezes referido por Escândalo da Casa Pia refere-se a abusos de menores envolvendo várias crianças acolhidas pela Casa Pia de Lisboa, uma instituição gerida pelo Estado Português para a educação e suporte de crianças pobres e órfãos menores. O caso veio a público a 23 de Setembro de 2002, quando um antigo aluno da Casa Pia em entrevista à jornalista Felícia Cabrita, alega ter sofrido de abusos sexuais, enquanto jovem.

A 29 de Dezembro de 2003, o Procurador-geral da República, José Souto Moura, acusa formalmente várias personalidades de abusos sexuais a menores:

• Carlos Silvino, funcionário da Casa Pia e antigo aluno da instituição.
• Herman José e Carlos Cruz, duas figuras da televisao nacional,
• O arqueólogo Francisco Alves e o antigo médico da Casa Pia, Ferreira Diniz.
• O Ex-Ministro do governo de António Guterres e deputado do Partido Socialista, Paulo Pedroso.
• O embaixador Jorge Ritto.

 

No entanto o julgamento iniciou em 25 de Novembro de 2004, com sete arguidos: Carlos Silvino, Carlos Cruz, Jorge Ritto, Ferreira Diniz, Manuel Abrantes, Hugo Marçal e Gertrudes Nunes.

 

Sobre estes não vou tecer qualquer comentário, vou apenas referir o caso de Herman José. Para quem não sabe figura que admiro pela cultura enorme que possui. Não obstante esse facto, não o estou aqui a defender, até porque não me compete tal dever. Mas não é demais recordar que a principal "vitima" deste processo Bernardo acusou Herman, de ter sido violado por este, num fim de semana de Carnaval em 2002, com sitio e hora específicos.

Na verdade, Herman José tinha uma gravação do seu programa que provou estar no Rio de Janeiro ao serviço da SIC, naquele dia e àquela hora. quando confrontado com esta noticia, Bernardo disse que tinha a certeza de que foi naquele dia, àquela hora...Contudo, o humorista logo fez chegar aos autos algumas provas - nomeadamente cassetes vídeo e bilhetes de avião - que demonstravam ser impossível ter cometido o alegado crime naquela data. Com efeito, foi fácil provar que, naquele dia, se encontrava no Brasil em trabalho para a SIC. Mesmo assim, a juíza de instrução quis ouvir duas raparigas, amigas do jovem alegadamente abusado, as quais garantiram que o encontro com Herman José teria sido numa outra data. As jovens diziam recordar-se desse pormenor porque terá sido a própria vítima a contar--lhes, logo no dia seguinte, tudo o que se passara.

Daqui leva-nos a suspeitar de tudo o que foi dito e feito neste mega-processo, cuja morosidade é lamentável. Nos EUA, o caso Madoff – uma das maiores e mais sofisticadas burlas financeiras de sempre – foi investigado e decidido em meia dúzia de meses. Em Portugal, o processo Casa Pia já vai em quase oito anos e, com os recursos, ainda está longe do fim.

 

Hoje, uma semana depois da leitura de sentença, ainda se espera pela disponibilidade da mesma..

 

Até acho natural que assim seja porque estamos a falar em publicar para acesso público. Quer isto dizer que eles têm de retirar do acórdão todos os nomes dos "ofendidos" para preservarem a sua identidade (em relação àqueles que o requereram...).

Já quanto à entrega da cópia aos arguidos, sinceramente, que pouca vergonha!!! Num tempo em que há formatos electrónicos seguros, como pdf, e num tempo em que existem pen drives, cd's, correio electrónico, etc., não se compreende que desculpa existe para este atraso!!!

É absolutamente inadmissível. Chega a ser ridículo, e apesar de alguns acharem insultuoso pensar no pior, eu acho natural e lícito pôr a hipótese de que algo falta escrever, ou algo falta alterar para fazer mais sentido. Quem nos impede, como cidadão, de pensar nessa hipótese???

Como diz a Cidália: Oh God make good, but not yet!