"Life Contains but two tragedies.. One is not get your heart´s desire; the other is to get it.."

Sócrates

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Amor ou química?

Muitas vezes ouvimos a expressão "Para haver amor tem de haver química!".
Amor. Química. Será que algo cujo significado e sentido é tão vago e subjectivo se pode igualar ou até ser fruto de algo objecto de tanta certeza e estudo?

Há dias li um artigo de opinião que estudava segundo Strenberg a "teoria triangular do amor". Segundo este senhor Strenberg, para haver uma relação frutífera tem de existir forçosamente paixão, intimidade e compromisso. E segundo algumas investigações americanas, em cada uma destas fases há obrigatoriamente uma "descarga" de substâncias químicas derivando certas sensações. E em tudo há hormonas ao barulho!

Ora vejamos: testosterona ou estrogénio consoante o sexo da pessoa, que conjugada com neropirefrina serotonina e dopamina temos o enamoramento culminado na "paixão assolapada". E são estas reacções químicas as responsáveis pela perde de apetite, falta de sono, o sorriso rasgado do "Bom Dia Alegria" que ninguém compreende, o descontrolo das acções que nos leva a ser "tolos" por amor.

É a libertação de serotina que nos pode tornar obsessivos ao ponto de sermos incapazes de observar os defeitos do companheiro. É a fase do amor cego! Aliás, especialistas dizem que para se ter uma relação sólida, chamada de "amor completo" "implica muita atenção, poder de negociação e criatividade erótica!" sendo esta última o meio mais seguro de ultrapassar as crises que surgem durante um relacionamento.

De facto, até aqui para algumas pessoas isto não é nada de novo, apenas a constatação de um facto. Para mim também não achei nada de anormal. O que me deixou a pensar foi o término do artigo de opinião.
Isto porque a química surge para explicar um amor, uma paixão, ou um simples desejo. Mas ultrapassada a fase da paixão o que vai ligar as pessoas é a conjugação de duas hormonas: oxitocina e vasopressina.

A primeira chamada Hormona do Carinho, ou do Abraço, vulgarmente até tratada como hormona do amor. Aparentemente pensaríamos que esta bastaria para uma estabilidade numa relação a dois, mas não.
A segunda, vasopressina designada como Hormona da Fidelidade é fundamental para a relação triangular explicada no inicio.
A vasopressina quando em quantidades baixas afasta o ser do seu parceiro, tornando-o promiscuo. A espécie monogâmica tem índices elevados desta hormona. Mas o mais interessante é que quanto mais monogâmico mais monótona é a pessoa, e quanto mais promiscuo mais arrojado é.
Podemos por isso concluir que um ser tendencialmente caseiro é fiel? Ou será o Hhomem capaz de mesmo quimicamente explicável contornar as aparências? Será a desculpa perfeita, ou a resolução ideal para os infiéis.."ai tenho excesso de vasopressina!"...

De facto para amar é preciso química, mas para haver química não é necessário que depois haja amor!

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